Avô

Não falo com mortos e, portanto, não visito cemitérios. Prefiro viajar no tempo, sentado nas memórias ou imaginando o que diriam os meus (poucos, felizmente) mortos nesta ou naquela situação. Muitas vezes, imito-os, como se, por instantes, estivesse benignamente possuído pelos espíritos dos meus amados. Nada disso é suficiente, mas é a minha maneira de ter menos saudades, a minha maneira de chorar sem lágrimas e sem esgares de sofrimento.

Quando do funeral da minha avó, pude ver a campa do meu avô, o avô Estêvão, nascido há 107 anos no dia 12 de Maio. Nunca tinha lido aquilo que está escrito na sua lápide e nunca tão poucas palavras me pareceram tão justas. Hoje, lembrei-me da sorte que tive em conhecê-lo desde madrugada.

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Uma resposta a Avô

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